Quando o coronavírus ainda estava distante

Janeiro de 2020, o coronavírus havia matado milhares na China e já havia dobrado a esquina da Europa. No Brasil, nenhum caso ainda, mas as notícias já corriam soltas.
-Menina, esse coronavírus está matando mesmo, hein? – pessoa 1

-Que nada, ela não mata muito não. Taxa de mortalidade só de 3%. Passou no jornal! – disse a pessoa 2. Acho que esse negócio nem vai chegar no Brasil.

-Mas se não está matando, por que esse alarde todo então? – pessoa 1. 

– Você sabe como é a mídia, né? Principalmente a brasileira, faz de tudo para ganhar audiência.

Pessoa 3 se intrometeu: Pois eu nem culpo a mídia, a culpa mesmo é dos Estados Unidos. Eles não me enganam não. Devem ter colocado um vírus na China só para monopolizar a indústria. Querem matar todos os adversários, primeiro foi a bomba atômica, agora é esse vírus.

-Pois a China para mim é a principal interessada nisso. Um pacote de máscaras descartáveis hoje está mais de 100 reais. E quem vende? Pois é, a China!

-Nossa… Mas matar milhares de pessoas só para vender máscaras? – argumentou a pessoa 1.

-Quando se trata de dinheiro, eles matam até eles mesmos, se precisar. Os Estados Unidos não demoliram as próprias torres gêmeas?

-Ué? Mas não foram os terroristas?

-Isso é o que eles nos contaram, né? – disse a pessoa 3 com ar de quem sabia das coisas.

Pessoa 1 ficou refletindo um tempo, até dizer: O Brasil devia inventar algo assim, para ver se a gente consegue sair no lucro com alguma coisa.

-Bom… A gente vende muita laranja.

-E a ideia é qual? Aumentar a gripe no mundo, para eles quererem mais vitamina C – disse a pessoa 3, cética.

-Que tal intolerância a lactose? – foi a ideia da pessoa 2. As pessoas ficam sem poder beber leite de gado e a gente aumenta o preço da soja.

-Acabaram de mandar aqui no whats, pessoas andando nas ruas da China e morrendo do nada  – falou a pessoa 1.

-Intolerância à lactose não é poderosa assim não, a gente precisa de algo melhor.

-Mas o que mais o Brasil exporta mesmo?

As três pessoas pensaram concentradas. Pessoa 3 quebrou o silêncio, mais uma vez com cara de quem sabe das coisas:

-Jogador de futebol.

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