No caminho de Swann: antes de tudo, uma história da amor

Marcel Proust defendia que o estilo literário é oriundo do inconsciente do escritor e de sua visão particular de mundo. Em No caminho de Swann, ele faz uso de um estilo ritmado que, segundo sua própria definição, revela a sensibilidade com a qual ele enxergava a vida e a sujeição humana a sofrer de amor, caminhando a passos delicados sobre as memórias que nos trazem, com sabores e cores, o tempo passado.

Em No caminho de Swann, Proust nos leva a conhecer o seu mundo dividindo o livro em três partes. A primeira introduz a história com as lembranças do narrador através das memórias involuntárias trazidas pelas madeleines. Ele começa o livro tecendo sua infância dolorida, cuja solidão e amor à literatura nos faz lembrar da biografia do próprio Proust, e causando nele, narrador, já com uma alma cansada, as mais vívidas lembranças de sua família em Combray, das suas angústias de criança e de um homem misterioso, com uma vivacidade que, segundo as palavras de Proust, não seria possível apenas com a inteligência.

A partir de então, graças também ao esforço consciente do narrador, é-nos oferecido um vislumbre de alguns dos núcleos de personagens, que a obra irá nos mostrar aos poucos, com seus mais íntimos desejos e preconceitos. Em particular, o seio no qual ele e o outro personagem principal do primeiro volume, Charles Swann, viviam: a burguesia francesa. E é com extremo carinho e sensibilidade que essas pessoas, por vezes incapazes de enxergar a real nobreza das almas, nos são apresentadas por Proust.

Na segunda parte do romance, ele entra em um outro núcleo, também visto com magnanimidade, que é o grupo seleto de uma nova burguesia, uma menos tradicionalista, que gostava de se cercar de artistas, os pretensos e os verdadeiros, e seus seguidores. Esse ambiente serve de pretexto para que conheçamos, através dos olhos e bondade de Swann, a visão de Marcel Proust sobre a arte.

Podemos dizer que No caminho de Swann aborda temas como a memória involuntária, a arte e a burguesia francesa da primeira metade do século XX. Entretanto, o livro aborda, antes de tudo, uma história de amor. Na segunda parte do romance, nós entramos num espaço privado do autor, onde ele disseca, a partir do relacionamento de pessoas de mundos diferentes, com um quê até mesmo científico, todas as nuances que um amor pode adquirir. É impossível não se identificar com Charles Swann, já que ele, como quase todo amante, era atormentado por um ciúmes que sua razão o impedia de confessar e que nós, com um pouco de honestidade, reconhecemos em algum momento de nossa vida.

A terceira e última parte termina, como um laço, o primeiro volume da série Em busca do tempo perdido, apresentando, como no começo, as sensações e ilusões das lembranças que lutamos por recuperar na tentativa de reviver um instante em que nos julgamos felizes, para abarcar ao meio uma realista, e portanto triste, história de amor. 

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